quinta-feira, 14 de março de 2013

XIII - LUCY

Lucy é um fóssil de 3,2 milhões de anos descoberto na Etiópia em 1974. O fóssil foi chamado de Lucy porque tocava a música dos Beatles "Lucy in the Sky with Diamonds" quando foi encontrado. E, claro, porque foi identificado posteriormente como sendo uma fêmea.

Lucy, quando ainda vivia, media 1,10 m e pesava cerca de 29 kg. Certamente tinha o corpo coberto de pelos e era bem parecida com um chimpanzé atual. Mas analisando os ossos do quadril (os mesmos que determinaram seu sexo), ossos das pernas, as vértebras lombares e proporção do comprimento dos braços em relação ao corpo, foi possível concluir com segurança que Lucy caminhava ereta, de pé como nós. Se Lucy é um ancestral direto ou apenas divide conosco um ancestral comum, não é possível saber. Mas era um hominídeo, mais próximo de nós que qualquer macaco atual. E em algum ponto de nossa própria evolução, se não somos descendentes diretos de Lucy, fomos muito parecidos com ela.

Um detalhe curioso. Alguém sugeriu que os Beatles fizeram essa música em apologia ao LSD (droga bastante popular nos anos 70), o que se nota pelas iniciais de "Lucy in the Sky with Diamonds". A letra da música reforça essa versão. Bem mas isso não vem ao caso.

Lucy era uma mulher da pre-história e naquele tempo a vida era nada fácil. Comida era coisa difícil, abrigo também, e ainda tinham os predadores. E Lucy andava a pé pelo meio da África com apenas 1,10 m e 29 kg. A única forma de um ser vivo de tais proporções sobreviver é se agrupando, vivendo em bandos cujos indivíduos acabam por constituir famílias.

Em anos mais modernos que aqueles em que Lucy viveu os nossos ancestrais passaram a consumir uma dieta rica em proteínas e calorias. Provavelmente tutano de ossos de animais mortos por outros predadores, que conseguiam quebrar usando uma ferramenta bem rudimentar, uma pedra por exemplo - esta é uma das teorias mais aceitas para o que vou agora acrescentar. Pois bem, com tal dieta, os homens ancestrais começaram, gradativamente como no exemplo da foto cuja diferença não se percebe de um dia para o outro, a aumentar o tamanho de seu cérebro.

Aqui vale um parêntese. Você pode me perguntar por que com uma dieta mais rica o cérebro aumentou de tamanho, por que não foi o nariz, por exemplo? Claro que sofremos muitas mudanças gradativas, de toda ordem. Mas só aquelas úteis à melhor adaptação é que se mantiveram. As menos úteis foram descartadas pelo processo de seleção natural, que se vale, como veremos, da seleção sexual.

O fato é que o cérebro humano cresceu ao longo da evolução, o que é provado pela descoberta de fósseis com crâneos gradativamente maiores ao longo do tempo. E isso vai ser tão importante quanto o próprio desenvolvimento da capacidade cerebral.

Mas vamos dar um minuto à Lucy, essa mulher que andou no planeta a 3,2 milhões de anos e nos ensinou tanto. Na próxima postagem vou tentar demonstrar as grandes transformações geradas pelo fato de eu e você termos esse cabeção enorme. E não se preocupe que não me esqueci das grandes questões que nos aflige, como a morte, a vida, a salvação, o amor e o Clube Atlético Mineiro!

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